Melissa Bridge Tame

De quatro coisas eu estava convicta. Primeira, Edward era um vampiro. Segunda, havia uma parte dele - e eu não sabia que poder essa parte teria - que tinha sede do meu sangue. Terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele. Quarta, e não menos importante, eu estava sonhando. Eu tinha essa certeza pois lembrava de deitar na minha cama. E também o vampiro que brilhava do meu lado começava a se desfazer em uma névoa. E então o sonho sai completamente do meu controle. Com um susto percebo um menino me chacoalhando. Seus olhos azul-oceano parecem assustados e seus cabelos pretos mais bagunçados do que seria aceitável. Ainda assim, bonitinho! é a primeira coisa que me vem na cabeça. O lugar onde estamos é escuro como uma caverna, a terra batida é desconfortável embaixo de mim. Ele continua me chacoalhando enquanto tenta me colocar em pé e resmungando qualquer coisa sobre  Cérbero ter me matado afogada em baba de Cão Infernal. É quando me dou conta da tonelada de massa preta que se aproxima a toda velocidade, língua de  fora e rabo abanando pra lá e pra cá. Fecho os olhos me preparando para o impacto, mas nada acontece. Quando abro os olhos novamente, estou no mesmo local escuro, mas dessa vez em um jardim. Na minha frente, uma mulher bonita de mais pra essa caverna está na minha frente sorrindo de um maneira que me dá medo, sua bondade parece falsa de mais. Enquanto minha cabeça de se ocupa de perguntas que nem tenho tempo de fazer, ela puxa uma adaga toda florida de seu vestido cintilante. Assustada, dou um passo para trás, e é quando percebo a menina que estava ao meu lado. Mais rápido do que eu achava ser possível, ela puxa um arco e com olhar feroz mantem a mira na mulher que ainda sorria. Seu cabelo amarelo brilhava de uma maneira não natural em um lugar escuro como esse, mas ela parecia quase assustadora com aquele arco pronto para atacar. Num movimento rápido, a mulher vira a adaga na mão e aponta o cabo em minha direção. Quando eu ia dar mais um passo para longe dela, o chão sumiu e comecei a cair. Acordei com um salto, em um segundo estava sentada. Meus olhos ardiam na claridade depois de tanto tempo no escuro. Minha cabeça rodava e levou um minuto até entender onde estava: no alto de uma colina, a grama verde, o sol brilhando, uma cena digna de fundo de tela do windows. Eu não sabia como tinha ido parar ali. Não sabia onde era ALI. Mas a sensação ruim que sentia no meu estômago só piorou quando percebi que tinha algo na minha mão. Eu não precisava olhar para saber que era uma adaga florida.